Décima Segunda Aula

 

•                REDIJA CURSO DE REDAÇÃO EM 30 HORAS
• 
  
•   DÉCIMA SEGUNDA AULA
• 
  
• PROPOSTA DE TEXTO- DESCRIÇÃO

      Estou aguardando para ser atendido, neste consultório médico, situado na região em que se concentram as clínicas na cidade. Fui enviado para cá, pois meu médico entendeu ser importante fazer uma colonoscopia. Havia três anos que eu tinha feito o último exame. Estou na expectativa de ser chamado a qualquer momento, pois eu aqui cheguei na hora certa para tanto. O fato verdadeiro é o de que eu estou aguardando a minha chamada, algo que não aconteceu.

              Não tendo que fazer, vou fazer a experiência de olhar para a bela sala de espera da clínica. A primeira coisa que me chama a atenção é um belo relógio de parede, possível de ser visto por todas as pessoas instaladas no local. Vejo que são 17h15min. Ou seja, há um atraso de quarenta minutos para o início do exame de colonoscopia. Ali existe um bom sistema de som ambiente, que difunde uma seleção de músicas de muito boa qualidade. Pelo percebido por mim, a única pessoa curtindo as músicas sou eu. Semelhantes a robôs, os demais pacientes estão todos ligadíssimos em seus celulares, a maioria com aparelhos de última geração, daqueles que custam mais de R$5.000,00. Esse comentário é sobre o celular que está no braço direito do paciente, denotando-se tratar de um canhoto. Esse homem, que deve ter uns 45 anos, apesar de trajar uma roupa um pouco mais que juvenil, faz juz às suas vestes, pois ele está concentradíssimo em um joguinho que meu filho de oito anos já enjoou de jogar. Eu poderia levantar um pouco e buscar um café, que fica no canto fundo da  clínica. Não fiz isso, porque se eu me levantar dessa cadeira, corro o risco de perder meu lugar, pois o consultório fica cheio um pouco mais, a medida em que o serviço de atendimento dos médicos mantém o atraso de seus compromissos com seus pacientes. Aliás, é bom não tomar agora, talvez nem possa tomar o café, já que vou fazer a colonoscopia. Chi, olho para a parede e noto que o relógio classudo já registra 17h40min.  Todas as mulheres, boa parte delas muito bonitas, não podem ser apreciadas por ninguém, sob o risco de receber um olhar de advertência de seus maridos ou acompanhantes. É um caos silencioso na espera, que atormenta aqueles que serão submetidos a algum dos muitos exames oferecidos pela clínica. A atendente finge que está no quarto dela, lendo um livro, ignorando que o ambiente está meio carregado. O dia começa a escurecer, e a iluminação da clínica parece não ter muita potência de luminosidade. Tomara que na sala de exame a luz possa ser tão boa  como o sistema de luz artificial do estádio de nossa cidade. Ai, Deus, lembrei-me de que tenho ingresso para o jogo de hoje. Espero que tenha tempo de fazer o exame com tranquilidade e chegar a tempo,  para não perder o começo da partida. Combinei com o Júlio para ele vir para a clínica. Ele será uma ótima companhia para assistir ao jogo comigo.

     Felizmente, a enfermeira me chamou. Fui encaminhado à sala de exames. Logo mais, o procedimento começará. O ambiente é bem discreto na sala. Chega a ser discreto e, importante, não há muita gente no local. O médico vem, ele me cumprimenta e pede desculpas pelo atraso. Ele me pergunta se eu estou bem, e eu, polidamente, omitindo o atraso do exame, disse que me sentia bem. Eis que a enfermeira me aplica uma medicação anestésica. A sensação foi a de pegar sono em minha cama, em dias inspirados para tanto. Fui acordado, passara 30 minutos e tudo correu bem. O médico me antecipou essa feliz notícia. Levanto calmamente da cama. Vejo que meu amigo lá está para me conduzir ao carro, que ele agora conduzirá o mesmo, rumo ao outro lado da cidade. Minha felicidade é a de que me divertirei no jogo, e que  o próximo exame será apenas daqui 3 anos. 

Texto criado pelo professor José Luiz para os alunos do Redija Curso de Redação em 30 horas